Um casal de idosos vai a Tóquio visitar seus filhos. Eles percebem então que a relação entre eles mudou. A vida os tornou mestres de suas próprias existências, com seus acertos e erros. Eles apesar de até quererem não possuem mais tempo para os pais. Eles encontram no entanto a compreensão na viúva de um dos filhos. Existe ali a ternura oriunda de buscarem cada um no outro traços daquele que já partiu dessa vida. Eles também encurtam a estadia em Tóquio. Ao retornarem para seu lar a mãe tomba esgotada.Desconfia-se que foi devido a tristeza que ela imagina ter causado a seus filhos. A doença faz com que os filhos façam a viagem inversa, mas é tarde. Muitos consideram a obra de Ozu conformista demais. É ledo engano. Ozu talvez seja um conformado. É preciso aceitar aquilo que não pode ser mudado: a velhice, a morte, as doenças. Em suma é a ordem natural das coisas. Em Ozu, a câmera parece estar num canto, tamanha a captação do cotidiano que surge naturalmente diante de nossos olhos. É sabido que Ozu a mantém na altura do olhar de uma pessoa sentada no tatame. Este filme faz parte das obras que elevaram o cinema ao posto de arte. Considerado a obra prima do diretor.
Um filme para refletir sobre o desamor e a frieza que marca a relação entre pais e filhos quando os primeiros se encontram velhos. Excelente!
Diretor: Yasujirô Ozu.
Atores: Chishû Ryû, Chieko Higashiyama, Sô Yamamura.